segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Depoimento da formadora Neiry de Araújo Oliveira

Djalma, estou no nono mês de gravidez, por isso minha obstetra recomendou atenção total devido o risco de um surto da gripe suína no Estado, e o fato de estar entre o grupo de risco devo evitar aglomerações em ambientes fechados. Minha cesariana está marcada para o dia 21 deste mês de dezembro, ou seja, dois dias após o encontro do Gestar que se realizará em Natal nos dias 17 e 18.

O programa Gestar II implantado no município de Santo Antônio/RN foi um sucesso, pois trouxe para nós, formadores e cursistas, a possibilidade de rever e adquirir novos conhecimentos, técnicas e recursos a serem utilizados em sala de aula como forma de incentivo à prática escolar. Como toda novidade, no início os cursitas olharam um “pouco atravessado” e questionaram o tempo que teríamos para ler e discutir o material, considerado por todos riquíssimo, negociamos com a direção da Escola Municipal Dr. Hélio Barbosa de Oliveira sairmos um pouco mais cedo para encontros quinzenais, tudo transcorreu tranquilamente. Discutíamos o material e escolhíamos as atividades mais interessantes de acordo com o nível da turma, depois as cursistas apresentavam o resultado das atividades aplicadas, o que trouxe de positivo, quais as dificuldades, o que poderíamos fazer para melhor o desempenho dos alunos, enfim, foram questionamentos sempre presentes em nossos encontros.

O programa tinha como proposta a implantação de um projeto para avaliar os resultados aplicados em sala, nossa proposta surgiu da necessidade de estimular nossos alunos para a leitura e a escrita, pois o nível de desempenho das turmas está bem abaixo do esperado. Então desenvolvemos a produção de um jornal, com o objetivo de incentivar os alunos para a leitura, a pesquisa e a escrita com função social, para que os mesmos percebam que a escrita vai muito além da função de comunicar ou apenas como forma de avaliar a produção textual dos alunos. Sentimos interesse por parte do alunado, gostaram e sentiram-se úteis e valorizados ao produzirem algo. Pretendemos continuar e ampliar o nosso projeto que poderá ser financiado pelos comerciantes da cidade, para tanto deverão receber em troca propagandas dos seus estabelecimentos estampadas no nosso jornal. O projeto do jornal propiciou trabalhar uma variedade de gêneros e ampliar a “visão” dos alunos com relação a escrita e oralidade, pois temos o uso formal da língua, como também uma diversidade de dialetos, além disso a escrita assume um papel funcional, exigindo dos nossos alunos desenvolver a argumentação como princípio para futuros formadores de opinião.
Um feliz natal a todos e um próspero ano vindouro!!!

Relatório Final de o Programa Gestar II – 1º Etapa

O programa Gestar II possibilitou a nós professores do 6º ao 9º ano uma visão ampla e contextualizada da língua nas suas diversas situações sociocomunicativas, atualizando nossos saberes profissionais. Também nos despertou para a necessidade da formação continuada, pois vivemos a era da informação, jornais, revistas, televisão, rádio, e-mail, blog, comunidade virtual e Orkut, os quais possibilitam que a informação circule em quantidade e velocidade impressionantes.

Diante deste cenário, devemos estar preparados, em constante formação ou estaremos fadados ao fracasso profissional. Pensar o ensino da língua portuguesa exige de nós educadores o domínio da língua, de seus princípios de aprendizagem, e uma reflexão minuciosa da realidade, para então organizar e articular a seleção de temas e conteúdos que devem ser ensinados sistematicamente. E o programa tem justamente como finalidade promover essa reflexão sobre a seleção de conteúdos e o modo de ensiná-los, tendo como base o texto nas diversas situações comunicativas, consequentemente estaremos elevando nossa competência profissional e contribuindo na melhoria da condição sócio-cultural dos nos alunos.

O programa foi divido em três etapas, a primeira é composta por dez encontros quinzenais, conhecemos e discutimos o material e a responsabilidade de cada participante diante da formação. Como resultado haveria a implantação de um projeto para diagnosticar as mudanças positivas e negativas ocorridas. Na primeira etapa estudamos e trabalhamos os TP’S 3, 4 e 5, foi bastante enriquecedor, pois ampliamos nosso “leque” de experiência, iniciando os trabalhos com gêneros textuais o que permitiu ter acesso a diversos textos, esse procedimento possibilitou integrar as práticas sociais de linguagem - escrita, leitura e oralidade – guiando as nossas intervenções.

Na segunda etapa também houve dez encontros com quatro horas de duração cada, discutimos o andamento do projeto e resolvemos produzir um jornal, por tratar-se de uma produção rica em gênero textual, além de despertar o alunado para a leitura (pesquisa) e a escrita, com o objetivo de melhorar o desempenho escolar. Nessa etapa demos a continuidade do trabalho com gêneros através do estuda da argumentação, o que auxiliou a realização do nosso projeto, pois o jornal é um órgão formador de opinião e para produzi-lo precisamos planejar, escrever, revisar e editar, trabalhando texto e as variantes da língua como decorrentes da relação entre linguagem e cultura, de modo que aborde as análises lingüísticas e literárias.

A terceira etapa será para avaliar os resultados dos estudos e da prática escolar, nós formadores seremos avaliados pelo coordenador geral diante dos resultados apresentados.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Considerações finais sobre o Gestar II

O programa Gestar II teve a desafiante tarefa de propiciar aos alunos e professores uma prática pedagógica com melhores resultados.

Deu-nos suporte para a leitura de textos não verbais, como a pintura e a fotografia, assim como para a leitura e a produção textos verbais de diferentes gêneros como o narrativo, o poético, o publicitário, o jornalístico, o argumentativo e etc. além disso, nos auxiliou a resgatar a cultura em língua portuguesa, nos seus aspectos artísticos, históricos e sociais e, ao mesmo tempo, cruzando com o mundo contemporâneo em que vivemos, buscando relações e contrastes com as diferentes linguagens em circulação: o cinema, música, o teatro, a pintura, a TV, o quadrinho, o cartum e etc.

Portanto nos auxiliou a compreender o funcionamento e a fazer o melhor uso possível da língua portuguesa em suas múltiplas variedades, regionais e sociais, e nas diferentes situações de interação social.

Profª Mércia Fontoura

Relato da Profª Mércia Fontoura sobre a execução do jornal falado em sala de aula

Os alunos da 7º Série da Escola Municipal Dr. Hélio Barbosa de Oliveira foram convidados a realizar a experiência de como funciona a redação de um jornal. O trabalho aconteceu em três etapas: na primeira os alunos entraram em contato com a linguagem de textos de jornais e descobriram como são organizadas as informações em uma notícia através do LEAD. Logo em seguida aprenderam a elaborar títulos e manchetes. Observaram que os jornais de grande circulação costumam ser divididos em cadernos de cultura, política, esporte, economia, fatos policiais e etc. familiarizados com os jornais escritos, solicitei-lhes que observassem durante uma semana os jornais falados, como também, a postura dos apresentadores e pudéssemos explorar a oralidade em sala de aula. A classe foi dividida em equipes, a escolha das notícias, os nomes dos jornais e a forma de apresentar ficaram a critério dos alunos. Durante as apresentações observei que os nomes atribuídos aos jornais foram sugestivos e cada membro do grupo tinha funções específicas do jornal falado: apresentadores, repórteres, câmeras e etc. Como suporte, usufruíram de algumas técnicas: o texto escrito em substituição à tela digital (equipamentos em estúdios televisivos). No decorrer das oficinas percebi que os alunos apresentavam dificuldades de comunicação, criatividade e imaginação; tiveram um bom desempenho adquirindo fluência e desinibição ao expressar-se. Na terceira etapa do projeto as equipes foram visitar a InterTVCabugi, complementando, portanto, todo o conhecimento adquirido em sala de aula.

Depoimento das unidades 7 e 8 (TP2) da Profª Mércia Fontoura

As unidades 7 e 8 (TP2) nos deu suporte para a leitura de textos não verbais como a pintura, arquitetura e a fotografia com o conhecimento adquirido nas unidades anteriores sobre o sentido conotativo e denotativo os alunos da 8º série não mediram esforços ao refletirem sobre o filme “Abril Despedaçado”. Um dos aspectos interessantes avaliados pelos alunos foi o encantamento da personagem “Pacu” ao receber um livro de presente. A leitura para ele é um fuga diante de uma vida sofrida. “Pacu” brincava com as imagens do livro sem nunca ter ido a escola. Isso foi percebido pelo alunado de forma poética. Sobre o filme apresentado puderam, ainda, comparar a nossa realidade: a vida de famílias rivais que no interior do nordeste matam seus visinhos por várias gerações. As senas apresentam aridez nordestina e a subserviência e à hierarquia existente entre pais e filhos, comparado ao nosso Estado do Rio Grande do Norte. Em relação ao estudo da arte, o filme mostrou-lhes a cultura peculiar dos tempos remotos: o circo e com isso compararam a arte digital.

Unidades 7 e 8 do (TP2)

As unidades 7 e 8 TP2 nos leva a refletir sobre a arte nos dias atuais, qual a nossa visão de arte? E como trabalhamos a arte com nossos alunos? Será que não a deixamos de lado e estamos sendo dominados pelos meios de comunicação que só visam seus próprios lucros? Esses são alguns dos questionamentos que discutimos ao ler a unidades, que possibilitou a nós professores uma aproximação de forma mais consciente da arte, auxiliando em um trabalho mais consistente com experiências artísticas em sala de aula. Também ficou claro que cabe a escola oferecer aos alunos um maior número possível de oportunidades de convivência com as linguagens artísticas.

As unidades também proporcionaram trabalhar as “figuras de linguagem”, comprovando que as usamos com bastante freqüência, para “realçar” os nossos sentimentos, idéias, desejos, enriquecendo nossa produção textual, porém muitas vezes de forma consciente. Para trabalhar o papel que a arte tem em nossas vidas passamos o filme “ O Carteiro e o Poeta”, também assistimos o filme “Abril Despedaçado”, de Walter Salles, observando a função da arte por meio de uma personagem infantil. Também trabalhamos a composição de Chico Buarque, “Fantasia”, observando o ritmo, os recursos musicais, poéticos e claro, a interpretação conforme o contexto.

Comentário da Profª Andréa sobre as unidades 5 e 6 (TP2)

Essas unidades têm uma preocupação em relação ao uso das variantes linguísticas nas diferentes situações sociais quando se fala e se escreve de maneira significativa tem-se naturalmente um domínio melhor da língua, desencadeando assim um maior número de variedades linguísticas utilizando-as nas mais diversas situações.

As unidades também comentam de maneira objetiva que a nossa língua é uma forma de identidade, estabelecendo uma cultura grupal de um povo ou de uma região. Isso faz com que o uso da mesma língua estabeleça coisas em comum com outras pessoas do mesmo grupo. Por esses e outros fatos a língua é um importante elemento na definição de um povo com sua cultura. As variantes linguísticas têm uma comunhão única com a linguagem verbal, ela é eficiente e valorizam as comunidades nas quais estão inseridas. A variedade padrão da língua é menos utilizada entre as comunidades, é ai que entra o papel do professor que é o de ensinar essa variedade que foge ao domínio da maior parte da população.